quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Entrevista com Mônica Amala Simionato, palestrante do XVI Café RHDebates

por Lídia Tamy
RHD: Boa tarde Mônica! Em primeiro lugar quero agradecer por ter aceitado o nosso convite para falar um pouco sobre a importância de se pensar as competências emocionais nos dias de hoje.
Como nasceu a idéia de escrever o livro “Competências Emocionais”.
Mônica Amala Simionato: O livro é o fruto de muitos anos de pesquisas nas empresas e contém muitos depoimentos de executivos que participaram dos meus cursos. A idéia nasceu depois que fui convidada a participar da consultoria científica do filme Tratamento de Choque, com Jack Nicholson e Adam Sandler. Então o livro tem muito material que foi utilizado no filme, tais como os exercícios sobre como “lidar” com a raiva.


RHD: Podemos afirmar que as competências emocionais são o diferencial competitivo no trabalho. Como você define tais competências?
Mônica Amala Simionato: As competências emocionais são “o” diferencial competetivo no trabalho porque são a qualidade mais valiosa de um ser humano em geral e de um ser humano que interage com outros seres humanos dentro de uma organização. As CE são a habilidade de se conhecer e de conhecer o outro, de saber como gerenciar situações emocionais que podem chegar numa ruptura abrupta da relação o no boicote do relacionamento. Tem uma pesquisa americana da Gallup (eles entrevistaram milhares de executivos nos EUA) e a observação final é que os profissionais deixam os lugares de trabalhos por causa de relacionamentos “desgastantes”.


RHD: Tratando-se de RH, que cuidados você acredita que sejam necessários ao se avaliar as competências emocionais de um colaborador?
Mônica Amala Simionato: Agora vou ser polêmica... Muitas vezes os RH escolhem os treinamentos e os coaching para os profissionais, mas o RH nunca participa de nada. Quero dizer que muitas vezes o RH não tem “ferramentas” sobre como avaliar as competências emocionais porque eles não sabem o que significa isso, porque eles não possuem estas competências e nunca treinaram nisso. Então, para avaliar bem as competências emocionais de um colaborador o avaliador deveria conhecer as suas pessoais antes...


RHD: Em seu livro você fala sobre a teoria completa da personalidade, a Análise Transacional. Em que se baseia essa teoria? Na prática, qual é a sua principal função/aplicação?
Mônica Amala Simionato: Falei sobre esta teoria porque explicita de uma maneira simples (porém não simplória) os estádios de nosso EU. Ou seja, como agimos e pensamos quando estamos num estado de criança ou de pai e como agimos quando estamos no equilíbrio do adulto. Esta teoria me ajuda muito a explicar as mudanças emocionais do ser humano. Durante o dia sempre passamos de um estado ao outro. O autor da AT foi Eric berne, nos anos cinqüenta.


RHD: Finalmente, em “Competências Emocionais”, você apresenta um pequeno (incrível!) guia para a sobrevivência emocional na empresa. Fale-nos um pouco sobre ele.
Mônica Amala Simionato: (risos) Este guia analisa o caminho de um profissional que entra em uma empresa, observando tudo do seu ponto de vista:
O seu encontro com o selecionador, depois com os colegas, com os colaboradores e com os gerentes. Chamei de “guia de sobrevivência” porque, imaginem, como é difícil para alguém recém entrado numa empresa se relacionar com 4 tipologias de pessoas tão diferentes... como é difícil respeitar as expectativas de todos e respeitar também a própria. Acabei na semana passada um curso sobre “trauma e choque” e falando com meus colegas saiu esta frase que acho bem verdadeira: “ todos nós somos sobreviventes para ter enfrentado muitas situações difíceis, então ... parabéns por estar aqui!”.